Tem moda pra tudo. Tudo mesmo. Tem as que a gente topa, as que a gente ignora e as que a gente odeia. Tem a moda da roupa – de longe a mais comum – mas moda invade todo tipo de comportamento: é moda aquele restaurante? Vamos a ele. É moda comer brócoli? Dá-lhe brócoli. Opa, brócoli agora é bandido? Sai de moda.
A moda do momento é colorir. Livros e mais livros estão sendo criados a toque de pressa total e repetição absoluta para que a gente possa brincar de pintar e, se tudo der certo e você tiver alguma habilidade para isso, relaxar.
Mas a Emília Wanda inventou um jeito para personalizar essa moda e dar a ela sentido e significado: desenhos coloríveis feitos sob medida. O meu ficou lindo, conta a minha história.
De tão lindo, foi parar numa camiseta.
E aí, para entrar na moda, eu também fiz um desenho para colorir para o lançamento do meu livro (boa essa sensação de dizer “meu livro’… gostei), A Coceira de Bartolomeu.
E tenho obtido resultados como esses: da Bibi e da Laura. Você encontra a Emília Wanda aqui no Facebook ou no email emiliawanda@yahoo.com.br
Quando meus filhos eram pequenos, o tempo passado dentro de carros, tanto nos deslocamentos urbanos quanto nas viagens para a praia e afins, tinha sempre um toque de stress.
Na cidade, acontecia porque ambos (um menino e uma menina) tinham uma capacidade sensacional de implicarem um com o outro. Habilidade que crescia exponencialmente no final da tarde, na volta da escola. Essa situação (a de se levarem à loucura mutuamente no banco de trás do carro enquanto a mãe se enfurecia na direção) se repetia, obviamente, em viagens longas.
Consideremos aqui uma mãe cheia de estratégias para distrair crianças e um tempo em que não existiam (ainda bem) os Ipads que paralisam a petizada na frente de telas acachapantes. Aí era um tal de “Quem acha um Fusca branco?”, “Vamos ver quem vê um cavalo?”, “Fui pra Lua e levei…”. Sacolas cheias de lanches, brinquedos, jogos, livros para ler, livros para pintar e toda a parafernália necessária para isso… Mesmo assim, uma hora a coisa degringolava. E, por puro tédio, eles se estapeavam. E gritavam. E choravam. Aí o pai ficava na frente sozinho e eu pulava para o banco de trás para inventar mais distrações e apartar os meliantes.
Toda essa história para contar como nasceu uma outra história: como nasceu o Bartolomeu. Numa dessas viagens, nas curvas da estrada para Santa Catarina, o Bartolomeu e sua coceira vieram acalmar Leo e Marina. E de tanto ser contado e repetido para meus filhos e depois, para meus pacientes, foi fazendo parte da família. E virou vontade de ser livro. E… virou livro de verdade. Que eu, muito exibida, resolvi ilustrar por conta própria.
Emília Wanda, vira e mexe, passa por aqui. Inventadeira, está sempre criando moda. Cerâmica costuma ser seu canal mais conhecido, mas ela adora investir em novidades.
Assim, ela partiu para a técnica do empapelamento e modela com papel velho aquilo que quer representar. O próprio papel, depois, vai revestir a estrutura inicial até adquirir a forma desejada, como simpáticos coelhos de Páscoa que podem levar ovos ou balinhas, e pequenas esculturas que carregam mensagens personalizadas: um bicho de estimação amado, um hobby, um jeito de ser. Reciclagem, consumo consciente e artesanato – combinação que eu admiro.
Os pratos e canecas personalizados continuam brotando das canetas, cores e pincéis. E das histórias que filhos e netos que querem presentear familiares, contam para Emília Wanda.
Ela combina muito com a campanha de economia de plástico nos ambientes de trabalho. A proposta é: adote uma caneca!
Outra novidade fresquinha são desenhos com a cara e vida do desenhado, seguindo a nova tendência do “colorir para relaxar”. Dá para encomendar, acredita?
Com tantos recursos, Emília Wanda tem uma proposta linda: realizar projetos pessoais. Você quer fazer as lembrancinhas do aniversário do seu filho? Um presente que seja pensado especificamente para alguém e que o represente de modo especial? É essa a ideia: Emília Wanda te ajuda nesse percurso de criação, na busca e construção de um projeto: cerâmica, desenho, escultura, desenhos no papel, porcelana. Você vai achar o teu canal para demostrar teu amor, alegria, apreço, interesse. Com algo que você fez.
Para o Dia das Mães, então, presente super! Você pode fazer (ou encomendar, ok) um prato com a árvore genealógica da família, uma caneca só para ela, um desenho personalizado para ela colorir, uma escultura que represente algo de ela gosta muito… Pense nisso, porque tempo, dá!
Quer falar com ela? emiliawanda@yahoo.com.br
Emilia Wanda faz dupla com o Renê, pintor que admiro muito e sobre o qual falei aqui: As telas de Renê
Sou do tempo em que, para escolher a cor de uma parede, a gente decidia entre o branco, o gelo, o areia e o palha. E já ficava meio na dúvida. Hoje, qualquer decisão passa por um número industrial de alternativas. Só de pensar em definir o novo piso do banheiro, já dá uma gastura, que fique assim velhinho mesmo, está louco de bom.
Aí entramos em outro quesito, que nos dias atuais assumiu outra proporção: o da pesquisa. Pesquisa de preço, de modelo, de lugar, de hotel, de trajeto, de música, de… tudo. Até o certo e o errado podem ser pesquisados ao toque de um botão: Mr. Google resolve tudo. Só não resolve aquilo tudo que deixamos de usar para pesquisar, como fazíamos antes. Em primeiro lugar, os neurônios, que agora só precisam lembrar dessa ferramenta que está fora de nosso cérebro e vai resolver o problema. Saber clicar e encontrar a resposta, sem que nosso raciocínio esteja envolvido. Usando GPS e Wazes, chegamos mais rápido, isso é certo, não nos perdemos, que bom, mas nosso senso de orientação vai ficando cada vez mais preguiçoso e nós cada vez mais tontos.
Antigamente (há uns 5 anos atrás), para decidir qual televisão comprar, batíamos pernas de loja em loja, passávamos horas pendurados no telefone negociando condições de pagamento e qualidade da peça. Hoje? A internet oferece o produto, dá o preço e faz a entrega. E nós não saímos da cadeira, não exercitamos nem corpo nem dialética, cada vez mais bobos e felizes, pensando: “que bom, economizei tempo, dinheiro e preocupações”. Pois eu acho preocupante. Você não? Não estamos falando de crianças que vivem na frente de computadores e joguinhos, que nunca vão pisar numa grama ou subir numa árvore ou saber de onde saem os ovos. Eles são frutos de uma nova era, a realidade delas é essa. Estou falando de nós, adultos, com livre arbítrio para ver o que estamos deixando de vivenciar, o quanto estamos deixando de pensar, achando que temos mais agilidade de ação e mais tempo para… continuar na frente do computador. Mas nós ainda sabemos o que estamos perdendo, ainda podemos optar por usar esse dom que é só humano: refletir, argumentar e decidir.
Toda esse churumela para falar que, para fazer a camiseta para a Isabella, amada sobrinha-com-tudo-pra-ser-neta e que se revelou apaixonada por coelhos, pesquisei. Baixei uma infinidade de modelos de coelhos para decidir como seriam os que eu ia pintar. Um mix de vários, é claro. Sem grandes detalhes, bem rapidinho, com a ajuda do Google, saiu um coelho com várias influências. O coelho da Isabella.
Logo em seguida, detonando uma nêga maluca e … a camiseta.
Mas que seria bom se as crianças voltassem a brincar mais, ah, seria…
O Lucas fotografa, e muito bem. Fotos de bandas e shows na noite curitibana e fotos de casamentos que dão até vontade de casar outra vez.
Mais recentemente, e acho que de modo meio inesperado, ele se viu tendo que fotografar bolos de morango, gemadas e suspiros, fatias de tortas alemãs. E pontos de caldas de chocolate, batedeiras em ação, ovos sendo quebrados com precisão. Ele e minha filha têm produzido vídeos de qualidade e divertidos sobre receitas culinárias para o blog dela, o Confissões de uma Doceira Amadora. Durante a produção das imagens, muitas vezes ele solicita um banco para subir e conseguir o melhor ângulo. E deu para notar que bem que gostou do tal banquinho. Daí para me dar vontade de fazer um banco personalizado… um pulo.
Depois de longa pesquisa na internet e de perguntas estranhas feitas a ele, assim, do nada, sobre qual máquina fotográfica ele considerava mais especial, descobri esse desenho. Agora o Lucas tem o banquinho dele. Espero que um dia ele também tenha a sua Leica.
Para ver as fotos que Lucas faz de casamentos junto com o Fer Cesar, veja aqui. Aposto que vai querer casar de novo também!
E para ver os vídeos que eles têm feito, entre no canal da Marina no Youtube. E, como ela sempre diz, aproveite para dar um like e assinar o canal! Confissões de uma Doceira Amadora no Youtube
E se quiser ver um filme onde minha imagem é explorada de forma desavisada, veja aqui.
Que tal criar presentes? Mão na massa e dar de presente algo que você mesmo fez? Aqui no ArteAmiga já falamos de tudo – alguma ideia você há de gostar de fazer, algum talento você há de ter.
Faça um quadro-negro. Fácil, moderninho e, de quebra, útil: dá para fazer lembretes e deixar muitos recadinhos.
Mesmo que não seja exímio(a) cozinheiro(a), prepareMango Chutney. É muito fácil, basta seguir a receita, ter todos os ingredientes, jogar tudo numa panela e depois de uma hora você tem vários potinhos lindos para dar de presente. Mango Chutney é um creme agridoce cheio de especiarias e um aroma delicioso que acompanha carnes ou batatas assadas,
Que tal bolachinhas de gengibre? Essas exigem um pouco mais de habilidade culinária, mas é lindo ver aquelas fornadas cheirosas saindo cheias de biscoitos dourados. Encha um pote, uma cestinha, envolva em celofane e pronto.
Presenteie suas receitas preferidas. Já fiz isso. Comprei um caderninho lindo e nele escrevi muitas das minhas receitas de doces e comidas do cotidiano. Dei de presente para minha irmã que estava indo morar no Peru (devidamente fotocopiado para o resto da família).
Personalize. Sem os gastos e empenho de tempo do scrapbooking, simplesmente reúna fotos do presenteado e faça um álbum. Complemente com comentários e passe a mensagem que quer: de amor, de amizade, de saudade.
Sabe desenhar? Para uma criança pequena, faça um contador de histórias. Se desenho não for a sua praia, faça assim mesmo, com fotos, recortes de revista, ilustrações que você procura na internet. E veja como usar aqui.
No último verão me aventurei nos tingimentos: dá pra criar muita coisa em camisetas, toalhas de mesa, cortinas. Um tapa no visual e um presente exclusivo com o tie dye.
Um doce fácil, rápido e delicioso, a Palha Italiana. Faça, corte em pedaços, envolva em açúcar e coloque num pote de vidro. Amarre uma fita dourada e parta para o abraço. A receita está explicadinha aqui (e feita pela minha filha Marina):
A árvore genealógica da sua família. Vale desenhar ou copiar de algum programa da internet que faça isso. Reúna informações e fotografias e resuma a história da sua família.
Escreva. Faça um verso, descreva um sentimento, enalteça qualidades. Escritos ficam. Quer surpreender ainda mais? Ponha num envelope e mande pelo correio.
Uma das minhas mais remotas lembranças da infância, pura e cristalina porque não se apoia em fotos, mas apenas na recordação da cena e das sensações doces a ela relacionadas, é a do meu avô paterno me ensinando a desenhar e pintar. Ele morava no apartamento em cima do nosso e chegava com um leve assobio-senha do qual também lembro muito bem. Tínhamos a nossa hora, o nosso encontro para nos divertirmos assim, com lápis de cor e cadernos. Essas boas memórias habitam o mesmo compartimento das bonecas de recortar vestidos, do Desenhocop, da pintura mágica com água e pincel. Tem gente aí do outro lado da tela que nem sabe do que estou falando…
Infelizmente, meu avô se foi cedo e não tive tempo de perguntar se ele desenhava comigo para agradar sua primeira neta ou porque ele também gostava de pintar e era muito bom nisso.
Hoje, tantos anos depois, decido: ele era muito bom nisso. Me ensinou algumas coisas sobre pintura com lápis de cor que aplico até hoje. O que me faz lembrar dele cada vez que desenho, que bom. Principalmente porque agora tenho lidado muito com caixas de lápis de cor, numa nova mania de ilustrar um livro que tem me tirado o sono e animado meus dias. Os lápis de cor estão de novo na minha vida. As voltas que a vida dá.
Mais um domingo no Croquis Urbanos. Dessa vez, no MON – Museu Oscar Niemeyer. O pessoal é craque, saem desenhos lindos, mas o clima é tão camarada que a gente nem se sente menos capaz.
Você já teve vontade de fazer uma coisa e ficou empurrando essa vontade para a frente? Desculpas de todas as origens amarravam a realização daquilo? Uma dieta que precisa esperar passar a festa da Tia Chiquinha, daqui a três meses; o cabelo ruivo que está sempre aguardando a próxima visita ao salão, e a próxima, e a próxima. Aquele desejo enorme de ir fazer aula de dança (ou pintura, cerâmica, costura, culinária, francês, natação, carpintaria, yoga, meditação, salsa – escolha sua alternativa, você há de ter uma) e que está sempre esperando tempo livre ou dinheiro sobrando…
Bem, eu tinha uma vontade de participar do Croquis Urbanos, um grupo de desenhistas e simpatizantes que acontece aqui em Curitiba. Essa iniciativa existe pelo mundo inteiro, mais conhecida como Urban Sketchers: um pessoal que pratica o desenho de observação, se reúne e desenha em locais agendados através de uma página no Facebook. Simples assim, você simplesmente aparece ali, munido do que tiver – papel, prancheta, lápis de cor, tinta, o que te der na veneta, um banquinho, cadeira ou canga e vai. Tem duas horas para escolher o ângulo que quer desenhar o que quiser: a construção, a paisagem, uma flor. Depois se encontra com o grupo e todos colocam seu desenhos no chão.
Não tem regra, não tem bonito, não tem feio. Tem só a vontade de passar um tempo em algum lugar da sua cidade retratando o seu olhar sobre ele.
Eu fui. Meio insegura, meio perdida, sem saber bem o que fazer. O desenho ficou assim, assim. Mas fui. Matei minha vontade. Ou melhor, criei uma nova: a de voltar sempre.
Quer saber mais sobre o Croquis Urbanos – Curitiba:? Entre aqui.
Sou fonoaudióloga. Não trabalho em consultório há tempos, mas o que aprendi, aprendi. E uma das coisas que sei sobre a linguagem de uma criança é que quando está aprendendo a falar, ela entende muito mais do que consegue expressar.
Pensando nisso, quando meus filhos eram pequenos, inventei um contador de histórias que tinha o objetivo científico de desenvolver sua imaginação e vocabulário, e o objetivo salvador-de-mães de acalmar as feras em conjunto antes de dormir. Juntava os dois cheirosos nos seus pijaminhas, com suas pancinhas cheias de macarrão com vina e, nós três amarfanhados na cama de um deles, começava a inventar histórias com os desenhos da cartolina colada na parede. Comecei sendo eu a contadora, mas logo fui substituída por eles, a cada noite um inventava sua história maluca, onde trem, circo, palhaços, leões e baleias conviviam em contos improváveis. Pura diversão e criatividade.
Acabei fazendo muitos contadores de histórias, desde então. Aparece um bebê novo na família ou imediações e, pimba, contador de histórias nele. Esse último foi feito para minha sobrinha Isabella, que acaba de começar a andar e seu próximo grande feito, com certeza, será a fala. Estou fazendo minha parte, então. Palavras para Isabella.
Aqui, Isabella em ação, fazendo cookies com a Dinda dela.
Ela tira o dia para descansar. Nenhum compromisso, celular e internet desligados.
Deita na rede, fecha os olhos e balança no ritmo das ondas do mar ali em frente. Entreabre os olhos, espia… e essa calçada imunda?
Ato contínuo, mangueira, rodo e detergente na mão, escova até ver o piso tinindo. Ufa, hora de voltar para a rede na varanda. Vamos relaxar. Pense em nada, no vazio, no universo… Que aflição, levanta novamente, vai até a geladeira, analisa o cenário e decide que tem ovo demais, vai fazer spätzle e um bolo. Uma hora depois, sai da cozinha enfarinhada e determinada a aproveitar o resto do dia… lendo, quem sabe.
O livro logo perde a batalha e fica ali, jogado na rede frouxa, enquanto ela aprecia um hibisco fúcsia e resplandecente pedindo para ser desenhado, do papel vai virar pintura de um banco, a casa está precisando. Olha pela janela, a praia chama para uma caminhada, ponta a ponta 3 vezes. O sol se pondo, ela volta para casa. Exausta? Não, feliz, por fazer o que quer e o que gosta. Descansar é que cansa, com certeza.
Esse post está ilustrado por um desenho que me representa, feito para a linha de cerâmicas da Ekozinha. Magda, criadora das peças, selecionou amigas que simbolizam as tantas mulheres que cuidam da casa, da família, trabalham e às vezes até… cozinham! Adorei fazer parte disso e fiquei encantada com a ilustração, principalmente porque o desenhista foi super gentil com minha forma física. Meu espelho não é tão generoso comigo…
E agora, a receita do bolo feito na praia. Escolhi um com amêndoas e bananas, diretamente do Trem Bom, com um pulo lá você vê como fiz essa delícia: Bolo da banana com amêndoas.
Jô Bibas, fonoaudióloga e artesã. Aqui mostro minhas artes e ideias e de amigas de longa data. Cada uma com seu talento, seu jeito, suas cores.
Curitiba/PR.