Sou do tempo em que, para escolher a cor de uma parede, a gente decidia entre o branco, o gelo, o areia e o palha. E já ficava meio na dúvida. Hoje, qualquer decisão passa por um número industrial de alternativas. Só de pensar em definir o novo piso do banheiro, já dá uma gastura, que fique assim velhinho mesmo, está louco de bom.
Aí entramos em outro quesito, que nos dias atuais assumiu outra proporção: o da pesquisa. Pesquisa de preço, de modelo, de lugar, de hotel, de trajeto, de música, de… tudo. Até o certo e o errado podem ser pesquisados ao toque de um botão: Mr. Google resolve tudo. Só não resolve aquilo tudo que deixamos de usar para pesquisar, como fazíamos antes. Em primeiro lugar, os neurônios, que agora só precisam lembrar dessa ferramenta que está fora de nosso cérebro e vai resolver o problema. Saber clicar e encontrar a resposta, sem que nosso raciocínio esteja envolvido. Usando GPS e Wazes, chegamos mais rápido, isso é certo, não nos perdemos, que bom, mas nosso senso de orientação vai ficando cada vez mais preguiçoso e nós cada vez mais tontos.
Antigamente (há uns 5 anos atrás), para decidir qual televisão comprar, batíamos pernas de loja em loja, passávamos horas pendurados no telefone negociando condições de pagamento e qualidade da peça. Hoje? A internet oferece o produto, dá o preço e faz a entrega. E nós não saímos da cadeira, não exercitamos nem corpo nem dialética, cada vez mais bobos e felizes, pensando: “que bom, economizei tempo, dinheiro e preocupações”. Pois eu acho preocupante. Você não? Não estamos falando de crianças que vivem na frente de computadores e joguinhos, que nunca vão pisar numa grama ou subir numa árvore ou saber de onde saem os ovos. Eles são frutos de uma nova era, a realidade delas é essa. Estou falando de nós, adultos, com livre arbítrio para ver o que estamos deixando de vivenciar, o quanto estamos deixando de pensar, achando que temos mais agilidade de ação e mais tempo para… continuar na frente do computador. Mas nós ainda sabemos o que estamos perdendo, ainda podemos optar por usar esse dom que é só humano: refletir, argumentar e decidir.
Toda esse churumela para falar que, para fazer a camiseta para a Isabella, amada sobrinha-com-tudo-pra-ser-neta e que se revelou apaixonada por coelhos, pesquisei. Baixei uma infinidade de modelos de coelhos para decidir como seriam os que eu ia pintar. Um mix de vários, é claro. Sem grandes detalhes, bem rapidinho, com a ajuda do Google, saiu um coelho com várias influências. O coelho da Isabella.
Logo em seguida, detonando uma nêga maluca e … a camiseta.
Mas que seria bom se as crianças voltassem a brincar mais, ah, seria…
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É isso mesmo Jô, a gente é que tem que ficar esperta para não perder esse jeitinho pessoal e intransferível de presentear…
Ficou lindinha a camiseta da Isabella.
Bjs
Jô! No meu caso, cadeirante, compras pela internet me ajuda e muito. Até em entregar na casa de amigos que moram distante. Mas mesmo gastando com o táxi, quando dá, vou às compras pessoalmente. 🙂
Parabéns pela neta!
Beijos,
uma fofura essa camiseta e também seu trabalho de ir pesquisando, pesquisando até encontrar o coelhinho certo! parabéns!
E eu, da minha parte, reconheço que não sou a pessoa mais “ciber-tecnológica” do mundo. Talvez uma recusa (consciente) de me transformar numa pessoa que não quero ser. Mas que ajuda, ajuda!
Mas é bem verdade, Jô. A gente não anda mais atrás de preços baixos, não negocia mais, mas ainda se perde. Dia destes uma senhora veio do interior p Porto Alegre, usando GPS e entrou na contramão em nossa rua. Só porque não prestou atenção à sinalização de rua e só pro seu GPS. Marido sempre diz q GPS emburrece e é fato. Ainda gosto de olhar nos mapas e escolher meu caminho sozinha, pensando nas diferenças da paisagem de cada estrada. E na cidade também me viro com mapas, embora muitas ruas sequer tem placas… é um exercício que me obrigo considerando que, como mulher (e não tem nada de machismo nisso, é biológico mesmo) tenho dificuldade na minha orientação espacial… hehehehe! Agora do google dificilmente me separo. 😀
Beijos e ótimo fim de semana!
Quase ia esquecendo: minhas filhas viram tantos filmes com as gêmeas Olsen que achei sua sobrinha parecida com elas. Na última, principalmente!
Beijão,
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