
Muita gente tenta me convencer que ter casa na praia só dá problemas: areias lotadas, segurança, umidade, manutenção, carros com som estourando a passar lentamente (tenho vontade de fazer um levantamento estatístico: qual a probabilidade de que eles toquem uma música que a gente goste?). Motivos não faltam, mas é aqui nessa casa de praia que minha tendência à nostalgia atinge seus picos de audiência.
Já acenei algumas características desse lugar quando falei da casa de passarinhos pintada por minha mãe. Aqui tem outras, antigas, agredidas pela maresia, mas que continuam lindas.

Casinhas poéticas. Já tiveram vários inquilinos.
Essa casa tem hibiscos. Por todo lado. Flor linda, que tem tudo a ver com verão e mar. Linda quando está na árvore, porque quando cai no chão…. Introdução para falar da transformação que ocorre comigo quando chego ao nosso lar catarinense: pronta para viver meus dias de Amélia, com todos os percalços da vida doméstica. É casa de praia, simples, sem máquina de lavar roupa, sem máquina de lavar louça, sem aspirador de pó, sem uma santa para me ajudar todos os dias. Significa tanque, varal, vassoura, pano no chão. Maresia nas janelas, areia por todo lado, jardim para regar, calçada para varrer. O microndas pifou no primeiro dia, provavelmente vai voltar do conserto no dia que eu for embora.

Hibiscos por todos os lados.
Com esse panorama, fica difícil acreditar que eu goste daqui. Pois é isso tudo que eu adoro. Lavar uma roupa e poder vê-la secando no varal. Comprar flores aos montes e plantar por ali. Lidar com mangueira, água no pé, eta coisa boa!
E a nostalgia fica por conta da história. É a mesma casa onde minha avó passava as suas férias quando mocinha, onde minha mãe namorava meu pai, onde eu passei uma infância cheia de aventuras, onde meu irmão conheceu minha cunhada, onde meus filhos, sobrinhos e filhos de amigas fizeram castelos e vulcões de areia, pularam da pedra, fizeram guerra de bagas e caçaram sirí com lanterna. Comeram goiá, pegaram jacaré nas ondas e se lambuzaram com muitos picolés Seara. É a casa onde muitos já se divertiram e onde, espero, muita areia ainda vai rolar.
Essa casa é cheia de artesanato.

Quarto azul da cor do mar. Da Christa.

Outro lado do quarto azul da cor do mar.

Esse é da Jô. Um recado para meu cunhado Fabrízio.

Passarinhos marítimos da Emília Wanda.
Mais casas e nostalgia em…
Casa na Grécia
Casa com história
Casa de avó
Read Full Post »