Já vou avisando que vou me contradizer.
Estou sempre dizendo aqui que não devemos guardar coisas que não são mais úteis ou são demais. Essas podem ir embora para servir a outras pessoas ou se transformar em outras coisas. Mas também deu para ver que sou nostálgica, falo de meus pais, da casa de meus avós, de tempos idos e lembranças boas; valorizo móveis de família, acumulo álbuns de fotografia.
É contraditório? Mais ou menos. Porque tem coisas que simplesmente precisam ficar. Ficar para a gente poder recordar algo ou alguém. E depois, ficar para que se lembrem da gente.
Nessa categoria de coisas guardáveis, longa lista se forma:
Receitas. Quantas coisas cozinhamos com receitas de avós, tias, mãe? Sabores e aromas que nos lembram de pedaços de nossas vidas? E as receitas que fazemos e vão se tornando a nossa cara, a Nêga Maluca da Jô e da Dóris, os bolos da Christa, o Moussaka da Despina, as tortas salgadas da Angela, o cozido da Mari, o quibe do Eros, o tiramissú da Nizza, a pizza do Tino? Receitas precisam ser guardadas. Fim de papo.
Móveis, louças, objetos. Se estão ainda hoje na sua casa é porque pertenciam a alguém com quem você se importava. E ao usá-los, eles cumprem o seu papel: te lembram do dono anterior.
A história dessa caixa está aqui.
Cartas. De amor então, nem se fala. Aqui em casa estão guardadas as muitíssimas cartas escritas em dois anos anos de namoro no eixo Brasil-Itália, na era pré-internet e de preços exorbitantes de chamadas telefônicas (se disser que tinha até telefonista envolvida nisso, vão perceber que já faz algum tempo…). Estão socadinhas em uma enorme caixa nada charmosa, mas ficam.
Desenhos e lembrancinhas dos filhos pequenos: eles crescem, minha gente, e rápido. E tudo aquilo que a gente achava inesquecível e permanente, vai se diluindo com o tempo. Guardar desenhos, frases e detalhes de infâncias tem um grande valor para eles quando crescem e para nós quando os vemos adultos.
Fotografias: quem não guarda? Só quem tem um coração de pedra. Álbum, arquivos de computador, porta-retratos, caixas de sapato… Vale tudo. Mas, uma dica: coloque datas, nomes, o que era e onde foi. Muitas informações se perdem quando os donos das fotos se vão e ficamos com imagens indigentes…
Para concluir, um achado. Um livro que permite que avós deixem sua história para seus filhos e netos. Achei num sebo, só trouxe para fotografar e já preciso devolver. Mas vou procurar. As avós de meus filhos são pessoas especiais e inesquecíveis, já deixaram suas marcas nos corações e memórias dos netos, mas poder rever a própria história é um exercício importante que todos deveríamos ter a oportunidade de fazer.
Tinha mentido. Só agora vou concluir com a foto do melhor colo do mundo. Como não guardar?
Para saber mais sobre o livro, entre aqui.
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Oi Jô! Eu guardo essas coisas, como você. Aliás, guardo cartões de natal, aniversário, qq cartãozinho que ganho dos amigos ou conhecidos – sabe como? Jogo dentro dos livros. Qdo eu abro um livro para reler, ou simplesmente olhar, lá está o cartão. Adotei esse método há alguns anos e é muito melhor do que usar marcadores de páginas!
Algumas coisas devem ser guardadas, outras não. Acho que com a nossa memória, fazemos o mesmo: eu guardo só o que é importante.
Bjs.
Patty, gostei da ideia dos cartões “perdidos” em livros!
Jô, lindo o teu post, me emocionou! Meio memorial, né?
Foi só um pé, pretendo ficar por aí e incomodar um bom tempo ainda.
Muita coisa por fazer ainda. Abraço bem apertado. Mami.
Jô, adorei o post “quem guarda tem”. Também sou adepta de não guardar o que não preciso, mas cartinhas, fotos e lembranças escolares, guardo tudinho e não deixo ninguém mexer. Parabéns, está lindo, e a última foto é realmente especial!
Amei!!! Ai que inveja desta foto e que saudades deste colo!!! Também guardo lembranças, acabei de guardar (sob protestos do Ruy), um suporte de banheira que passou por mim, Andreas, Simone, Vanessa, Edson, Aline, Marina, Otávio e Martina e como tenho um sótão bem grandinho… Lá foi ele para os meus futuros netos (detalhe na idade dos meus filhos: 7 e 5 anos). Tenho as bíblias de casamento da Omi Nora e dos pais do opi e dentro tem uma carta nada simpática avisando que o irmão do opi morreu na primeira guerra. Amo estas lembranças, portanto parabéns pelo post. Não é nada contraditório.Bjs
Choreiii !!! tanta lembrança , tanta saudades !! pessoas q nos marcaram tanto e q não estão mais aqui …. me peguei hoje de manhã olhando pra caçarola da Omi q esta pendurada na cozinha do hotel de Cuzco , bateu uma saudades !!!
Pronto respirei , chega de choro ….. como vai meu livro de receitas ? foi dele q saiu a inspiração ? se vc acha q eu esqueci ta suuuper enganada !!aquela foto de vc no colo da Omi foi fatal !!! Voltei no tempo e senti o cheiro da árvore da entrada da casa dela , essa pela nossa sorte veio uma mudinha q já virou arvore grande na casa de nossa mãe ! saudaddes de todos ! como me emociono com teus post ! tem q achar uma foto q eu já tenha nascido pra colocar tambem !!! bjsss
Jô muito linda esta postagem! Acho super saudável guardar algumas lembranças que nos remetem ao passado feliz, sem estes guardados muitas vezes nos perdemos na essência!!!Obrigada pelo carinho com o meu blog!!!
Um super beijo e uma noite linda!
Jô,
pode imaginar o que eu curti , né?
…”De: LEO
…Para: MÃE”
que fofo!
Mariangela
Quando vi o titulo, achei que “A Jô Desprenda-se” tinha ficado louquinha, mas tem mesmo coisas que não podem ser passadas adiante. Muito bom o post. Eu não tenho isso de guardar nada, mas o maridão é fogo, a chacara é só de lembranças de filhos e avós, o que me ajuda a conhecer cada vez mais ele bj
Mami, Vivi, Chris, Katia… família em peso por aqui. Meu melhor guardado!
Jô, endosso suas palavras. Na minha lista dos “guardados permissiveis” tenho alguns itens parecidos com os teus.
Me emocionei tanto com aquele colo de vó, que delícia! É imprescindível saber da história dos antepassados, seja apenas para ouvir uma boa história ou certamente para saber um pouco mais de si mesmo…guardo muita coisa com um carinho ferrenho e admito, adoro viver rodeada por eles na decoração da casa, ainda que nada seja perfeito…lindo! Jo, vou te colocar na prateleira lá do Mis para não me esquecer de passar por aqui…é bom demais!! Bjim:}
Susi, guardados permissíveis é uma boa definição.
Oba, Cris, eu adoro o Miscelânea!
Amei o post! Tenho muito arrependimento de nao ter guardada meus cadernos de poesia, meus cadernos de receitas e minhas agendas quando era adolescente 😦 Queria tanto folhea-los de novo e viajar no tempo…Mas to comecando um novissimo caderno de receitas. Aguarde meu post sobre ele em breve!
Abs!
Dene
Oi Jô,
Adorei ler seu post!!! É verdade, guardar coisas é muito bom. Mas houve uma altura em que achei que não, e joguei muitas lembranças fora… Meus diários. Hoje eu deveria estar rindo à gargalhada!!! Por isso agora guardo tudo (ou quase), porque amanhã quero me rir.
É, Renata, pensar nas coisas importantes que jogamos fora… É que na época a gente não sabia que viriam a ser importantes.
livros de receitas e fotos… guardo-as todas!
Oi querida
Também sou assim! Não consigo ter nada que não uso, mas guardo tantos objetos que lembram pessoas queridas, principalmente aquelas que se foram, como um roupão que a minha avó usava!
Também acho que receitas tem que ser guardadas.
Lindo post.
Um grande abraço
Léia
Jô, amei esse post! As suas recordações são muito especiais! Essa cristaleira é meu sonho de consumo! Quanta coisa linda! 🙂
Eu sou um ser humano de recordações e guardo essas lembranças que chamo de casa de vó, tenho receitas escritas pela minha bisavó, cesta de costura, livros, fotos, tecido, acredita? Era da minha vó estava guardado no baú há 37 anos, eu tive que pedir…está perfeito, veludo!
Amo essas coisas!
Beijo
Léia, acredito que você deve valorizar muito receitas familiares!
Marianne, esse baú tinha um tesouro!
Olá Jo,
Vim retribuir sua visita e conhecer seu blog. Mas que post legal, emocionante mesmo. ah, vou confessar sou desapegada p/ umas coisas mas outras não abro não, caderninhos de receita, cartinhas e desenhos do filho qdo era criança, cartinhas do marido do tempo de namoro, cartões de natal e niver (sou desse tempo), fora os muitos álbuns de fotografia. Como diz o ditado: recordar é viver.
bjs
Oi Jo!
Vim retribuir sua visita, e dizer que adorei seu blog.
Eu tenho bilhetes, entrada de cinema, embalagem de chocolate, cartoes do marido do tempo de namoro e noivado, cartões de natal e niver, que meu sobrinho, tios e irmãs escreveram, e muitas outras coisas.
Um dia, qd eu nao estiver mais por aqui, alguem vai ler e saber um pouquinho da minha historia!!
Bjs
Sou formada em história e brinco que carrego a memória da humanidade comigo. Mas de verdade, tenho grande dificuldade em desapegar. Guardo vários bilhetes, presentinhos bobos, cartas, agendas de colégio, camisetas de turma… São coisas que nem sempre uso, ficam em algum lugarzinho escondido, mas que muitas vezes lembram dos bons tempos e de quanta felicidade vivi. Meus pais não tem essas coisas guardadas de antes do meu nascimento e eu sinto falta de conhecer essa história só deles como casal e separadamente como indivíduos. Penso nisso ao guardar, para poder mostrar aos meus filhos.
Bjus…………
Tatá, gostei desse enfoque: guardar para mostrar de nós aos nossos filhos.
Pela ciência pura : nos objetos que nos remetem ao passado,nas doces lembranças prazerosas,nos inesquecíveis colos.Porque isso tudo nos abala e queremos deixar pros filhos e netos?Tudo que foi e é bom ficou registrado por ele,nosso GENE,o grande responsável pela perpetuação.Memórias estão guardadas geneticamente,a química nos transporta.. é tão simples e tão bonito!!.Pura ciência!! Jô qrida,vc sabe que me faz bem.Bjs,Raquel.
Raquel, você me faz muito bem também.
Julinha, você tem o livro!! Mãos à obra!
Olá Jô Bibas. De volta, já no fuso… Merci pelas dicas, valeu!
Do sol de Roma a chuva de Curitiba, tiro da prateleira o álbum Memórias de uma avó, presente do vovô Marcos já faz alguns anos. Quem sabe seja a hora de botar caneta, recordações e fotos em ação.
Quem guarda tem, memória tbém!
Bjs.
Uma coisa é certa , meu pai tinha bom gosto em matéria de bolos e a neta dele em matéria de pratos. Lindos! Do filme , devo dizer q apreciei mais da primeira vez q vi, quando ainda não se falava tanto em Alzheimer. Ele é maravilhoso. bjo, filha, teu blog está cada vez mais emocionante.
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[…] o conceito de acervo. Quem acompanha esse blog sabe que aprecio coleções, que valorizo memórias, que sou a favor de guardar o que compõe nossa história. Mas como também acredito muito em […]
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Também adoro resgates! Consegui nos últimos 3 meses reaver armários da cozinha de minha mãe e uma cristaleirinha que por anos ficaram na casa de minha querida Tia que faleceu no começo do ano de 2014! E para minha alegria,meu filho Felipe que casou-se em dezembro ficou também com a mesa de jantar e um balcão! Simples,singelos mas o valor afetivo é sofistificadíssimo!!!! Bjs querida Jô!!!
[…] especiais. Como diriam minhas amigas psicólogas, são coisas que significam. Têm um sentido para quem as guarda, protege e exalta, pequenos altares emocionais onde habitam os valores de cada um, formas de […]
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