Minha filha precisou sair do Brasil para ter sua carteira roubada de dentro de sua bolsa em… Roma. Como aconteceu a mesma coisa comigo há 20 anos, recomendo: quando em Roma, dentro de trens, ônibus e metrôs, agarre sua bolsa como se não houvesse amanhã.
Mas o assunto é outro, a história do roubo foi só para despertar a reflexão – dos casos consoladores que Marina ouviu sobre furtos enquanto chorava as pitangas por tudo que tinha ido junto com a carteira, 90% eram depoimentos femininos: cartões de crédito, dinheiro, celulares roubados de dentro de bolsas de mulheres.
Também pudera. Homens conseguem trabalhar, fazer compras, sair com amigos, viver, apenas com uma carteira, em geral socada em algum recôndito inalcançável dos bolsos de suas calças, nas mesmas profundezas onde habita a sua outra ferramenta de vida, o celular. Pronto, é isso: carteira e celular. Eles não precisam de mais nada.
Em contrapartida, bolsas de mulheres. Paraísos fiscais onde tudo pode, tudo está e precisa ficar. Esse inferno na hora de achar coisas com urgência, pode ser motivo de orgulho quando um colega de escritório pede algo improvável como uma pomada para picadas de inseto ou um barbante para salvar o mundo e você, exultante, grita : “Eu tenho!”
O que explica estarmos sempre traficando carteira, chaves, porta-moedas, celular, óculos escuros e de leitura com suas enormes embalagens, canetas, lenço de papel, chicletes, pente, pinça, fio dental, batom, perfume, creme para as mãos, base e rímel, fivela para o cabelo… Não dá para simplesmente esperar para chegar em casa??!
O que mais você carrega na bolsa? E, segundo você, por que homens conseguem viver com tão pouco e nós, mulheres, definitivamente não?
* Ilustração: Maitena
Ilustrações bolsas: Jô Bibas
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Oi Jô…
não sei em qual época sua filha viajou pra Itália, mas não é de hj q Roma tem uma atividade intensa quando se trata de “batedores de carteira”, hehehe… contudo, acredito que hoje esteja bem pior, com os problemas de crise financeira e desemprego.
Enfim, o assunto é bolsa de mulher… estava lembrando aqui que quando as meninas eram bebês, elas tinham uma bolsa só pra elas. Então, cresceram e, pra não levar duas bolsas, tinha uma bolsa grande onde levava as coisinhas que as meninas poderiam precisar, as minhas coisas e uma farmacinha (sim, sempre temos uma farmacinha). Aí marido viu que era bom e aproveitava jogando dentro todas as coisas dele também (carteira, celular e panfletos q ele adora pegar na rua). Comecei a ter dor nos ombros do peso que a bolsa tinha. Hoje tenho uma bolsa pequena, q ainda leva muita coisa, continuo demorando pra achar o que quero, mas mais leve, com itens essenciais para cada saída em especial e nada mais! Até cartões, me limito a levar apenas aquele q vou usar, qdo vou usar – é bom nem levar pra não cair em tentação de gastar sem necessidade. Senão, prefiro roupas com bolsos de zíper (calças, casacos, jaquetas ou coletes) e carrego um documento, chaves e o dindin que possa precisar. É bom qdo se anda de ônibus, quando se caminha no centro ou em locais lotados, q qualquer distração é uma porta para um gatuno!
Amei seu texto!!
Beijos,
Luiza
Dona Jô!
Você me faz dar boas risadas com a expressão mais do que perfeita: “motivo de orgulho”! Acredito que a razão de carregarmos tanta coisa em nossas bolsas é uma só: “eu posso precisar…”, então, ao menor sinal da necessidade, gritar “eu tenho!” faz tudo valer a pena! Um beijo, e parabéns pela encantadora homenagem que você recebeu da Ekozinha!
Já eu sou super econômica: uso praticamente todos os dias a mesma clutch (que é vermelha e mesmo assim combina com tudo!).
Dentro: dinheiro (às vezes), 1 único cartão de banco (pra que mais?), celular, chave (singular mesmo) da porta de casa, chave do carro, carteira de motorista, caneta e um pequeno caderno artesanal.
Se eu me apertar com alguma necessidade fora de hora, recorro à bolsa de alguma amiga, rsrs.
Eu carrego de tudo, especialmente uma carteirinha com remédios dentro. mas a minha bolsa sempre está arrumada, sempre sei onde tudo está. Qdo viajo eu carrego só o necessário. Bjs.
[…] de saber como eles conseguem sobreviver com tão pouco – acho que tudo que carrego na minha bolsa é totalmente […]
[…] A bolsa e a vida […]
[…] Um livro que muito me fez rir, provavelmente de mim mesma, aquele riso conformado do tipo “Olha ela aí, falando de mim outra vez…” foi o Meu Pescoço é um Horror, da Norah Ephron. Leitura fácil, rápida e indolor. Me identifiquei com o sofrimento pelo aparecimento das rugas, o uso de óculos, a bagunça dentro da bolsa de uma mulher. […]
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