Já que falei de uma avó, vou completar com a outra. Essa morava longe, numa casa incrustada em uma floresta (devia ser apenas um bosque, mas as lembranças são tão boas que o transformaram em um cenário de aventuras – precisa ser uma floresta). O jardim dela era menos cuidado que o da avó de Curitiba, mais rústico e, talvez por isso, maravilhoso. Tinha uma árvore com umas florzinhas brancas que assumiam um perfume envolvente nas tardes quentes de Blumenau que, por sorte, minha mãe plantou em sua casa aqui em Curitiba, permitindo uma viagem nas boas memórias a cada vez que passo por ali. As flores favoritas eram os antúrios, que cresciam soltos nas sombras das árvores e haviam, delícia das delícias, plantadas por todos os cantos, framboesas selvagens, daquelas ocas e bem simplinhas, que se transformavam em geleias vermelho-transparentes (outra coisa que minha mãe preservou. Meu pai planta e colhe as framboesas e ela faz as geleias).
Na minha infância, era um lugar com galinheiro, ovos fresquinhos, tanque com peixes, mangueira frondosa, trilho de trem passando na frente, ameixeira carregada, cipó para imitar Tarzan, fogueira para assar pinhão e arapuca para pegar passarinho (que a Emília Wanda não nos ouça). E tinha a oficina do meu avô, marceneiro habilidoso, que criava peças e móveis que guardamos até hoje. Mesmo depois que ele se foi, a oficina ficou ali, parada no tempo e com todos aqueles pequenos pregos dourados que ele guardava em mil gavetinhas. Meus filhos e sobrinhos, seus bisnetos, ainda puderam apreciar a alegria de martelar madeiras para fazer espadas com as ferramentas deixadas pelo bisavô.
Jardim e marcenaria. Bons motivos para mostrar a primavera nas nossas madeiras.
Lembram das flores da saia da Mari?
Esse móvel e o espelho ficavam bem na entrada da casa de minha avó Nora. Minha mãe pintou as flores e hoje ele enfeita a casa de minha irmã. Da Christa.
Imagem casa de madeira: http://www.weheartit.com
Mais pinturas em madeira em…
Lembro também da cama gigante com mosquiteiro, da penteadeira cheia de coisas de cristal, da milhares de fotos na parede do quarto dela. Também de deixar comida na varanda depois das refeições pra ver os lagartos gigantes vindo almoçar. Dos mini grampos em cima da mini pia. Do primo mais velho nos levando pela floresta. Da cozinha. Lembro de tudo.
Filhota,
Saber que isso tudo também faz parte das memórias de vocês, me deixa muito feliz!
Nossa, me senti na casa da Omi… Parabéns pelo texto.
Lembro daquele chuveiro velho que tinha um disjuntor.
Do aquário que levei pra Curitiba.
Do esconderijo da chave dos fundos
Da dispensa chaveada
Das descidas no morro com casca de bananeira.
Agua com gás e mate gelado.
O Primo mais velho que levava pela floresta, lembra da vez que foi atacado por um enxame de abelhas africanas e foi parar no hospital.
Mesmo as lembranças doloridas são boas…
Andreas,
São lembranças assim que nos constituem as pessoas que somos. E você tem sido uma parte muito importante das minhas.
BJô
Eu também me lembro.
Lembro do poço que não tinha água.
Das sementes “helicóptero” que a gente achava na floresta.
Dos banhos aquecidos por panelas queimando álcool.
Da oficina onde a gente martelava madeiras sem nenhuma forma, mas de preferência usando os pregos dourados.
Das cadeiras de balanço.
Da salinha da frente, onde a gente jogava memória.
Da sala de trás, onde a omi ficava sentada na mesa e sempre tinha um lanchinho da tarde com geléias e Kochkäse (ha, so com o Google pra saber escrever esse!).
Lembranças boas, mesmo.
Querida filha que me liga.
Seu post sobre minha mãe e as férias em Blume me emocionaram muito. Estou pasma sobre o quanto disso tudo grudou na memória dos meus netos.Tem porém um particular que eles não sabem: era Julho em Blumenau, um frio de rachar, com chuva de vez em sempre. Lembra o desespero que era secar todos aqueles trainings e moletons diários, duros de lama? Não era nenhum pique nique, garanto mas foi maravilhoso para todos , principalmente para minha mãe e meu pai. bjos.
quase choro !! Jôôô que lindo !
mas tem mais recordações !!
as tapeçarias que ela ensinava
a cabana de bambus que nosso irmão junto com o primo fizeram no morro atras da casa
e aquela vez q ela fez tantas sobremesas que esqueceu de fazer o almoço !!!!! quer algo mais maravilhoso ? um almoço de sobremesas ??
ela marcou demais nossas vidas e bateu uma saudade imensa !
agora chorei !!
adorei essa volta ao passado .
bjs
Os antúrios da omi, agora estão aqui em casa, e todas as vezes que os colho e coloco no vaso, lembro da omi fofinha, querida e que quando ria se chacoalhava toda.
Lembro do meu irmão e eu atolados na lama e brincando em um cano de cimento, junto com o nosso amigo Fabiant que hoje trabalha na lavanderia da mãe dele. Aliás para me identificar com a sua atual esposa, que não me lembro o nome mas que é uma fofa, eu falo: oi aqui é a Katia a amiga que atolou com o seu marido na lama. E pior. Ela sabe da história e com quem está falando.
Lembro da omi e a Tante Esther sentadas no banco verde da frente da casa, conversando. Lembro da Tante Esther me ensinando a fazer o bolo mágico (bolo inglês com chocolate, que hj faço para os pequenos).
E do som das cigarras em março cantando super alto no jardim dela. E da sala de marcenaria do opi, que quando o Ruy conheceu ele me falou: Puxa queria muito ter conhecido o teu avô, acho que eu me daria muito bem com ele. Acredito que sim!!!
O legal foi um dia levar os meus pequenos lá no jardim, foi difícil para mim, entrar de novo no terreno, saber que o pé de café que o Andreas e eu comíamos não existe mais. Dá uma saudades muito grande e uma enorme satisfação, porque como avó ela cumpriu muito bem a sua missão. Os carinhos nas costas, as histórias inventadas que ela contava (tinha sempre o Godofredo nela).
Mas o mais lindo da nossa família é que as tradições são preservadas, isto para mim é FUNDAMENTAL. A culinária, as plantas, as lembranças contadas para as novas gerações. É bom saber que a omi estará sempre nas nossas lembranças e nas conversas das próximas gerações.
ELA É ETERNA.
Parabéns pelo texto é lindo. Demorei para escrever, mas agora termino o meu livro. Bjs a todos Katia
[…] E essa, da outra avó, pode ser conhecida nesse post. […]
Oi, não conheço você, nem sua família, mas me emocionei com as lembranças de todos.
Cada história linda !
Tô aqui, “babando” com tanta beleza! Sem palavras. Os trabalhos são simplesmente belíssimos! Os mais “abstratos” os de Bauernmalerei, tudo! Parabéns! Marion
[…] Comecei a falar de memórias e nelas vou permanecer mais um pouco. Amêndoas novamente passeando pela casa, prato lindo e novo da Le Lis Blanc e receita de bolo preferido do meu avô. Não havia como resistir… Homenagem a um avô com quem convivi por apenas 14 anos, mas que foi muito importante na minha história. Já falei um pouco dele aqui. […]
[…] em tarde em torno de uma mesa, boas lembranças, café e bolo. Que tal então uma receita da minha avó Nora, do Bolo Inglês com o qual nos recebia sempre que chegávamos para as férias de inverno em […]
[…] nora da minha avó blumenauense, exímia cozinheira de medidas pouco precisas (“um pouco mais ou menos de […]
[…] coisas mais aventurosas da minha infância, menina de apartamento que era, essa casa já comentada aqui tem lugar de honra no meu jeitão nostálgico. Mato, cipó, fogueira, amarelinha, ameixa no pé, […]
Jô, a sua família é inspiradora! “Casa da vó” é o assunto de hoje com todos os amigos! Se um dia eu conhecer alguém que não tem avós, ou que não os teve por perto na infância, vai ser muito triste…
Já rascunhei duas histórias no face que vão virar posts da quitanda! Ou livros! ou filmes!
=P
Todo mundo pode fazer pelo menos um filme, ou escrever pelo menos um livro: “A casa da vó”
[…] Casa de avó […]
[…] Em flor. Madeira. […]
[…] Em flor – madeiraMadeira com história […]
Que lindas memórias, vi muito da minha própria infância, os antúrios sob jabuticabeiras, os ovos quentes que tomávamos assim que a galinha botava. Na casa do tio, em frente aos trilhos de trem, uma mangueira enorme fazia nossa alegria e escondidinhas no meio do jardim simples, brotavam violetas muito cheirosas: “viola odorata”. O legal de ler os posts é poder viajar também nas próprias lembranças. bjJô.
Em tempo: me empolguei e não comentei sobre as caixas, estão lindas. O móvel que sua mães pintou é incrível. bjs.
Tudo aqui é lindo! As caixas, os bancos, as memórias. Acho que a maioria das pessoas que leram esse post também se identificaram com o tema, pelo menos em algum momento. Casa de avós sempre tem aroma de geléias, biscoitos, carinhos e estorinhas de Godofredos! ^_^ Bjs mil
[…] parede, um móvel feito pelo meu avô, lá por 1960, portanto, de valor inestimável. A umidade e os cupins se regalaram, quase deram […]
[…] Em flor. Madeira. […]
[…] Madeira em flor […]
[…] Casa de avó […]
[…] Em flor. Madeira. […]
[…] na casa de meus avós, em Blumenau, nas frias férias de julho, a alegria que sentia ao encontrar as coleções de Condensados da […]