Tem alguém indo embora da minha casa.
Escolhida a dedo, uma entre outros tão parecidos, Luna chegou aqui há 16 anos e meio. Nesse tempo, nos divertiu muito, nos enterneceu mais, foi assunto, foi o elo, foi a tarefa, o compromisso. Nos ensinou tudo sobre amor incondicional, sobre energia infinita, sobre a alegria com pequenas coisas: um pedaço de caqui, um pinguim de pelúcia, uma (ou mil) bolas de tênis, um afago no pescoço, uma voltinha na quadra.
Agora, ela está nos ensinando a nos despedirmos. A lidar com perdas, com um ritmo cada vez mais lento e com uma quantidade crescente de remédios. Bexiga solta, estômago delicado, audição e visão quase inexistentes. E vamos levando, prestando os cuidados para alguém que, por tanto tempo, nos fez sentir ainda mais família.
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