Vou fazer como Martha faz com frequência: comenta sobre um livro que está lendo, parece que vai fazer uma resenha sobre ele, mas logo se percebe que a leitura participa apenas como provocação para outros caminhos de pensamento. A história do livro é o começo de outra.
O meu começo de hoje, então, é o livro da Martha. Deitada na rede da chácara, sob o sol manso de outono, fone no ouvido me embalando com a trilha sonora que elegi, abro na primeira página. O texto escorre manso, uma crônica atrás da outra, sorrio, me divirto, me vejo ali. Identifico pensamentos que já tive, concordo com o enfoque sobre uma situação, reações em espelho me surpreendem, descubro abordagens que são a minha cara. Compatibilidade total, gemelar. E aí, sinto-me mal. Um bolo no peito, uma sensação contraditória. Como vai me sobrar originalidade, se tudo que gosto, penso e pretendo já está escrito ali? Como vou fazer reflexões se elas já estão feitas e concluídas do jeito que eu gostaria de ter feito e concluído?
Assim, percebo que Martha, minha cara Martha, me incomoda, me atrapalha, não vou poder escrever nada que ela não tenha já publicado. Para não me contaminar, para poder ser totalmente honesta e olhar um leitor no meio do olho e poder dizer “fui eu sim, nem li a Martha”, vou ter que realmente parar de lê-la. Bater a capa do livro na cara dela, fazer de conta que nem a conheço se encontrá-la em alguma estante da vida. Assim, bem de mal.
Ilustração de Mariana Massarani.
Ou, tenho uma alternativa: leio Martha e depois a esqueço. Ou me esforço loucamente para isso.
Agora, se você quiser ver um pouco de Martha Medeiros e se arriscar a se apaixonar por frases como essa…
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Ai, Jô, assim vou ter que parar de te ler também.(rs) Acredita que já me peguei fechando a Zero Hora antes de chegar na página da Martha por todos os mesmos motivos que te causaram o bolo no peito? Tenho horror ao plágio, em todas as áreas, mais ainda quando é fruto de alguma gavetinha da memória que se abre sem que a gente se dê por conta. Bem que ela poderia nos permitir assinar junto, né? (rs) Beijo!
Que demais!
Abraço Jô!
Adorei teu texto Jô!!! Adoro a Martha Também!!! E acho que essa “afinidade” que acaba acontecendo na leitura é o reflexo do que somos e buscamos… Mesmo que tu leia algo que tu já pensou em escrever, não desiste, escreve… As idéias vêm sempre com a roupagem da dona e tuas palavras são maravilhosas!!! Beijãooo flor
http://www.lereamar.blogspot.com
Assim, bem de mal, mas “Linda”, Jô Bibas! Continue lendo, Martha te e nos faz muito bem!!!
Bjs.
Julia
Haha. Também já passei por tudo que descreveu, Jô. Vou até confessar que já sentí isso lendo seus textos… Portanto, acredito que seja “normal”. Você é ótima! Beijos.
Hehe…
Leituras, nos enriquecem até verbalmente. Dai continue lendo.
Até porque pelo pouco tempo que te conheço, você já adquiriu identidade naquilo que escreve, como descreve.
Eu tenho um texto em rascunho, onde pergunto se a pessoa traz de fato a sua assinatura naquilo que escreve, se ela se identifica ali.
Beijo,
Oi Jô, porque voce não escreve mais e mais? adoro ler seus textos.
Seu modo de contar as coisas é muito interessante, deliciosos.
Não leio muito Marta Medeiros, precisava ler mais. Vou procurar um livro dela.
Sabe que nem sempre, mas às vezes, eu me identifico com as crônicas da Danuza Leão, na revista Claudia.
Ela escreve de maneira divertida, debochada, e eu adoro!
Creio que é assim mesmo, a gente se vê nas situações, adoraria ter tido aquela idéia, abordado o mesmo assunto.
Mas repito, escreva mais! voc~e é ótima!
Beijos querida.
Querida Jô! primeiro quero dizer que adorei te conhecer pessoalmente, foi tudo de bom. Com certeza teremos mais encontros para podermos trocar coisas boas do nosso dia-a-dia. Quanto à Martha, adorei o texto e também penso assim…ela escreve aquilo que a gente sente e muitas vezes não consegue colocar no papel.Não tinha lido ainda sobre como se sentir linda, ameiiiiiiiiiiii…tudo de bom! vamos nos falando…beijos e até mais!
Jô, você não vai acreditar!!!! No voo de volta à Holanda assisti apenas 1 filme e depois peguei um dos livros que comprei para ler e não pude larga-lo e jà estou na pàgina 181. Me identifiquei demais com o pensamento da autora e em vàrios momentos pensei: Isso parece que foi escrito por mim.. Sabe qual é o livro? “Feliz por nada” de Martha Medeiros. Coincidência maior foi ler o seu post que parece que também foi escrito por mim porque pensei a mesma coisa que você. Está acontecendo coincidências demais!!! Isso é sintonia??
beijo grande
Ju
incrível como você consegue sintetizar, apresentar suas sensações, parabéns jô, você é uma gracinha! adoro seu blog.
Já falamos uma vez sobre isto…. A Martha é demais! Ela põe no papel coisas que a gente jura que só existiam na nossa cabeça. Portanto queridíssima amiga, vá em frente pq vc também é demais. Bjs
Olá Jô. Esta contradição é inevitável na leitura. O escritor consegue expor em palavras nossos sentimentos mais íntimos. Seu texto também conseguiu este efeito, E isso é bom.
Bj…Bj
artemadeiraevida.blogspot.com.
Conselho: se te queres bonita, jamais levantes o olhar assim, sem aviso prévio, dando de cara ,sem nenhum preparo com tua imagem num espelho inimigo !!! bjo.
[…] Porque não posso ler Martha. […]
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Amei o post Jô, me identifico totalmente com o que você escreveu e a citação no final é linda.
Bjs
Ri muito com esse post!! Decifraste muito bem o que todas nós mulheres maravilhosas sentimos!! beijos
Oi Jô,
Vi seu comentário lá no Blog e tive que ver seu post…. e realmente não é humano o que a Martha faz com todos nós…. Hahahahahaha!
Assino embaixo o seu post, então devo confessar que concordo com você.
Um beijo querida! Bom te ter lá no Templo.
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[…] muitas culturas. E tem a capacidade de fazer festa com palavras, categoria em que também coloco Martha Medeiros. As ideias deles navegam no papel em uma fluidez […]
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