Há um ano sofri uma crise de coluna avassaladora. Uma dor maluca que me imobilizou e me fez chorar feito criança. E a primeira coisa que pensei foi: “eu não vou mais poder dançar”. Entenda-se por dançar, no meu caso, aulas de Jazz duas vezes por semana, para que ninguém imagine que o mundo do espetáculo estava por sofrer alguma perda inestimável…
Medo de ficar de cama? De não poder dirigir? De não poder cozinhar (quem dera…)? De fazer uma cirurgia? Não, nada disso. Só senti medo de não poder mais dançar.
Por isso hoje, saindo da minha aula, suada, vermelha e feliz, pensei em várias coisas: o quanto ter metas é determinante, a vontade de saltitar na frente daquele espelho ao som de Beyoncé me levou a superar um diagnóstico bem negativo. E o quanto é importante valorizar a não-dor (ou quase) e aprender que o corpo fala, dita limites, impõe novas regras que a gente precisa respeitar. E, por fim, que todos nós precisamos ter uma coisa que nos faça muito felizes, que nos faça ir atrás. E caso você não tenha, mexa-se, procure, porque isso é fundamental: ter uma motivação, um combustível, uma paixão. Sem isso, pra quê?
“O que aconteceria se, em vez de apenas construir nossa vida, nós nos entregássemos à loucura ou à sabedoria da dançá-la?” (Roger Garaudy). Recebi esse frase de minha professora de jazz, a quem agradeço todas as segundas e quartas por me motivar sempre.
E agora, um clássico.
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