
Ter uma casa na praia pode ser divino e pode ser infernal. Divino porque é um refúgio, está pertinho do mar, você descansa do dia-a-dia, muda de ares. Uma casa cheia de boas lembranças. Mas tem a parte menos romântica, tem, sim senhor. Dá para fazer uma listinha, que ver?
– a casa, pasmem, envelhece, enruga, se suja e se desgasta, mesmo ali, paradinha e fechada durante meses. Corroída pela maresia, a visitinha anual não dá conta do recado. Ou seja, quando você chega, sua atenção será tomada por itens charmosos como calhas, canos, telhas, antenas, chuveiros, dobradiças e tomadas. E ferrugem, muita ferrugem.
– a lida com encanador, marceneiro, eletricista vira o foco principal. As idas à praia dependem da agenda, nem sempre confiável, dos consertos. Bom para a pele, pelo menos.
– aí você decide que a casa precisa de um tapa no visual, acredita nas cores dos catálogos na internet e quase morre de susto quando vê a casa transformada num pedaço de manga.
– cansado, você quer dormir e aí começa o calvário proporcionado pelos seres que acham que precisam compartilhar a música medonha que apreciam. Será que não dava pra fechar as janelas do seu carro tunado e ficar submerso naquele som sozinho? Luta inglória, fico só imaginando frases que gostaria de escrever num cartazinho e mostrar para cada motorista desses, já que as placas da polícia que alertam para multas não surtem o menor efeito. Algo como “Você é mal-educado. E lá pelos 30 anos de idade, também será completamente surdo.”
Mas a parte boa ganha, sempre. Fico me deliciando com o sol, o visual, o ritmo ditado pelo calor. E me divirto pintando tudo que encontro. Assunto para o próximo post.

Aqui, alguns antes e depois dos consertos da casa. Desconsidere a cor. Um deslize que espero que o sol desbote rapidinho.



Esse texto da Eliane Brum que fala das delicias que uma casa de praia pode nos proporcionar. Leia e se divirta muito: Vizinhos de Praia.
Você também pode gostar de….

Banco de praia
Meu mar
Casa de praia
Porque não posso ler Martha
Read Full Post »