Idades são marcos. Definem habilidades adquiridas nas primeiras e lapidadas (ou perdidas) na terceira. Bebês, crianças, adolescentes, adultos, idosos. Cada etapa com suas características, aprendizagens e capacidades. Com o bom e o ruim de ser jovem ou velho demais para isso ou para aquilo.
Será?
Bebês, hoje, precisam ser precoces e para isso são super-estimulados. Crianças se comportam como mini-adultos, com brinquedos cada vez mais com cara de escritório. Adolescentes querem ser adultos o quanto antes, para dirigir, beber, fugir. E os adultos querem viver uma eterna adolescência. Idosos? Bem, esses um dia descobrem: para que debater-se tanto?
Mas o meu foco aqui é o conflito menina-moça-mulher. Venho de uma geração em que meninas andavam de meias 3/4 e maria-chiquinha nos cabelos e senhoras tinham cara de … senhoras. As fronteiras entre as fases da vida eram bem claras. Num tempo não tão distante, mulheres, depois de casar e ter filhos, penduravam as expectativas, entregavam os pontos, vestiam vestidos largos e bem comportados, faziam um permanente no cabelo e dá-lhe fazer tricot.
Aos poucos, a mulher foi percebendo que era tempo demais para ficar afastada do mundo, chutar os cuidados estéticos e deixar o reino das gorduras localizadas tomar conta. Aí, ela resolveu que idade era um detalhe e que o que importava era aquela cabeça jovem, aquela fome de viver.
E começou a se cuidar, a se alimentar de modo saudável, a fazer exercícios, a cultivar sua jovialidade, a se vestir como se tivesse… E foi então que a coisa complicou. Aqueles parâmetros ditados por roupas adequadas para cada idade simplesmente foram pelos ares. Como moças querem parecer mulheres e mulheres querem parecer moças, a roupa passou a ser a melhor ferramenta para compor os disfarces. Mães e filhas super-amigas, usam as mesmas roupas, falam as mesmas gírias, frequentam os mesmos grupos. Calças justas demais, saias curtas demais, deveriam vir com etiquetas: “Melhor se usado por pessoas com idade até…”
Pareço preconceituosa? Então releia até aqui e pense em uma pessoa que começa a se preocupar com o senso crítico, com perder a noção do que é ou não adequado para minha idade. O senso do ridículo, aquele ingrediente fundamental que algumas pessoas não têm e outras perdem. Mas sei também que roupa reflete o gosto pessoal de cada um, é claro que regras são flexíveis, relativas a cada cultura e à personalidade de cada uma. Não há como estabelecer aqui um certo ou errado.
Então a discussão está além da roupa, afinal. A definição de papeis ultrapassa a adequação ao vestir-se, refere-se ao papel que temos como modelos, como orientadoras de caminhos e valores, do modo como nos colocamos e comportamos em sociedade. Educação tem se esgarçado e a perda do papel firme de educador que nossos pais tiveram e aplicaram nos fortaleceu, nos deu um rumo que, temo, nossos filhos e os deles terão mais dificuldade em encontrar.
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Concordo Jô
Acho incrível essas mães que transformam suas filhas precoce,ente em adolescentes . Com roupas, unhas feitas , saltos , spas, cabeleireiros … Elas não tem maturidade para a sexualidade que despertam , em si e nos homens !
Meninas são meninas !
Cuide de suas filhas ! Todas terão tempo para crescer ! Cada coisa a seu tempo !!!
Olá Jô
Eu só posso falar de mim mesma. Tenho quase 60 anos e visto roupas jovens, uso biquini, shorts e não me sinto ridícula, em momento algum, pois tenho um corpo jovem e sem barriga. É claro que me policio para não usar roupas curtas demais e o mais importante é que sou feliz, como sou.
Ótima semana para vc…
AMIGA DA MODA by Kinha
Grande texto Jo!! Bjs…
Oi! A questão central é o bom senso, a elegância e equilíbrio ao vestir-se. Mas concordo que há algo além. O que ensinamos com nosso comportamento?
Bjs e boa semana.
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