O mundo anda tão complicado. O trânsito nos tira do sério, gente que não sabe o que são horários e compromissos irrita, pessoas que não respeitam a diversidade, os subordinados ou as dores alheias estão soltas por aí, todos desafiando o monstro respondão que habita dentro de nós. Para engatilhar uma discussão, precisa pouco. Dedos apontados, mãos nas cadeiras, queixos empinados e adrenalina em ebulição. Respire fundo, conte até 10, até 1000, dizem. Com a alternativa de se enrodilhar em casa, vestindo uma calça de plush, chinelo e camisetão na frente da TV, afastado do mundo cruel.
Ou você pode fazer parte de uma campanha pelo desarmamento.
Isso mesmo, uma campanha pelo desarmamento. Mas uma bem simplezinha, assim, feita em casa. Desarmar o mau-humor das pessoas com quem você topa por aí, a cara amarrada da vendedora, o bico da dondoca sempre atrasada para nada, do mal- educado que acha que assobiar para mulheres é elogio, o sujeito prepotente que pensa que pode dizer o que quiser a quem lhe der na veneta, o olhar suspeito do cara passando com capuz na cabeça e mãos nos bolsos: bom dia! Boa tarde! Boa noite! Desarma mesmo, experimente.
No trânsito, dê a vez, use o pisca, saia de casa com tempo.
Sorriso, então, é devastador. Desmonta o oponente, seja ele o atendente do banco, a vendedora mal-humorada ou o professor de rumba.
Abraço também desarma os de mal com a vida, os pedantes e os egocêntricos, os deprimidos e os céticos – nenhum resiste a um bom tap-tap nas costas.
Elogio? Um perigo, deixa os amargos e irritados de plantão totalmente sem rumo.
Falar com jeito, por pior que seja a coisa que precisa ser dita? Produtos estragados, serviços demorados, motoristas destrambelhados? Dá pra dizer o que você pensa de um jeito educado. Difícil? Treine na frente do espelho.
E quando tudo foi tentado e a batalha parece perdida, o negócio é atacar com a arma secreta, aquela que desmonta de vez: pergunte se está tudo bem, você quer conversar? E ouvir, de verdade. Fim de guerra.
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Adorei! Já uso, por força de herança familiar, o “bom dia, boa tarde, boa noite”a quem quer que seja, cumprimento bem recebido ou não. Agora o que me exige mesmo a paciência e o desarme é ver o sujeito/sujeita jogando seu lixinho na rua. Aí é respirar fundo….. e catar o lixo que o outro jogou.Bjs e bom fim de semana
A capa do livro combina com as lentes que uso com frequência. Valeu Jô, Feliz Ano Novo!
Realmente se tem que pensar em alternativas para se sobreviver a esta loucura do dia a dia . Pego trem e metro pro trabalho todo dia e trabalho duro para nao ser contaminada pelos atos de falta de educacao, por gente rude… Trabalho para criar uma imunidade a tudo isso.
[…] Pequeno manual do desarmamento […]
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[…] o centro do universo. Devem ser educados e não agradados. Lá fora, tem um mundo real. – gentileza desarma e, realmente, gera gentileza. É contagiosa. – dormir pouco pode ser ruim para a saúde, mas […]