Ser pai e mãe é a arte de se tornar dispensável. Frase conhecida e real, dar aos filhos as ferramentas e bagagem para que possam ir, tocar as próprias vidas.
Mas não é só filho que a gente deve deixar ir. Tem muita coisa que guardamos por medo de largar, de permitir que saia de perto de nós. Olhe bem nos meus olhos e me diga se não guarda aí dentro um rancorzinho velho e mofado por alguém que nem sabe que causa esse sentimento? Alguém que há séculos te fez algo que, pensando bem, nem era tão sério assim?
E uma tristeza, por algo dito/ não dito, um arrependimento por algo feito/não feito, uma saudade, por alguém que não quer/não pode voltar? As lembranças doídas, os projetos falidos, as relações desgastadas? Hora de limpar, levantar os tapetes e tirar de lá essas agruras que viraram pó e só fazem emporcalhar o panorama. Deixar ir.
E os objetos que você segura? Aquele vestido de debutante que já nem é branco, aquele cinto do exército que já nem fecha, a calça jeans que não serve há 7 anos? Os livros que não vai ler nunca mais, os sapatos que não cabem mais no armário, os relógios da adolescência e as armações de óculos que estão esperando sabe-se lá o que para irem embora?
Desapego é um pequeno parto que fazemos, tirando de nossas entranhas ou proximidades coisas que parecem vitais e… não são.
Ilustrações Jô Bibas
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….. E além de tudo, vc escreve bem prá caramba!!!
🙂
Bacioni!
Jô, nossa! Um fesival de belezas. Adorei tudo.
Beijo,
Manoel
Jô, OBRIGADA! Eu precisava ler isto hoje…
Suas palavras me deram um empurrãozinho e vou ser mais feliz depois disto.
que Deus te ilumine sempre para que possa continuar nos mostrando e ensinando tantas coisas lindas!
Bjs
Vania
Veio bem na hora, esse post! Essa menina adivinha o que as pessoas precisam ouvir. Eu até sou desapegada pra muitas coisas, mas existem uns “mofados” que já estou limpando. Adorei as ilustrações!
E desculpe por ser um ser molóide (acho que isso é termo de gaúcho) e não ter ligado antes de viajar. Se o livro ainda for meu, ele espera por mim…hehehe
Um abração
[…] Então, um acervo rotativo se faz necessário. Mas, livros de ter por ter? Não quero mais. Adeus para eles. Que sejam bem-vindos na casa de outro alguém. Ou numa bibliotequinha informal, numa geladeira de […]
[…] Deixar ir […]
[…] Deixar ir […]
[…] Eu sei exatamente o momento em que tudo isso se quebrou: um dia, emprestando um livro de uma amiga, abri na primeira página e observei que ela tinha (oh, céus!) esquecido de colocar seu nome ali. Ao que me respondeu simplesmente: “não coloco nome nos livros. Eles não precisam ser só meus, devem passear por aí”. O famoso clic, sabem como é? Desde então tenho praticado o desapego. […]
[…] lixo e que acaba sugerindo um latão de recicláveis no vestiário? Que doa tudo que não usa mais, desapega geral? A que não incentiva o acúmulo e está sempre incomodando as pessoas doarem livros e mais livros? […]
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[…] Você compra uma calça jeans. Usa muito. Ela vai ficando mais confortável com o passar do tempo, mas chega o dia que não dá mais: ela fica velha, rasga, sai de moda e você… doa. Você faz a mesma coisa com outras roupas, com pijamas, com cobertores, louças e objetos da sua casa que não usa mais. Pensa: se eu não estou usando, alguém, em algum lugar, pode usar. Então vou doar. […]
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