Na escola deveríamos ter uma matéria que ensinasse a lidar com a sensação de insatisfação. Pais deveriam explicar aos filhos esse vazio, essa falta de alguma coisa que vai acompanhá-los para sempre. Avisar que vai variar a intensidade, o motivo, a duração, mas vai estar sempre aí dentro de você, meu filho. Querendo algo que não tem. Serão coisas, pessoas, lugares, sensações. E que isso não é ruim, não. Sabendo usar, essa carência é o combustível que nos move. Como quando viajamos: lá, queremos coisas daqui. Quando voltamos, sentimos falta de coisas de lá… No inverno, queremos sol. No calor, o frescor dos dias gelados. Se o cabelo é crespo, ansiamos por lisos. Aquela calça, aquele sapato, aquela festa, aquela atenção. Aquele abraço que está acontecendo ali ao lado.
A gente precisa da sensação de necessidade para tocar a vida. Como conseguir fazer dieta se nunca tivermos aprendido a sair da mesa insatisfeitos? Como querer que um jovem aceite esperar até juntar dinheiro para comprar um carro, se tudo que desejou quando criança sempre lhe caiu imediatamente no colo? Que graça tem ter tudo e não desejar nada?
Como aproveitar muito a companhia de alguém que você ama, sem levar em consideração que, ali na frente, por um motivo ou outro, um dia ela poderá te faltar?
Preciso ter fome para querer comer, preciso querer enxergar para acender a luz, preciso precisar. Quem não chega a sentir faltas, vai atrás do que? Então assim vamos, inquietos, aflitos, incompletos, em movimento, buscando o que nos falta. Uma vez chegando lá, nova falta. E a busca continua. Ainda bem.
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Adorei o post JÔ !! É assim mesmo que penso. Outro dia conversando com um psicanalista falei a mesma coisa, as pessoas então devirão nascer e já receberem uma cartilha que os acompanharia pela vida com conceitos básicos pra não ficarem tão confusas, e angustiadas por toda vida… Porém é também como você falou. É também o que nos move. O que movimenta nossas buscas… O segredo é saber viver, é preciso. Como diz a música!
Um abraço!
Grato pela faltá que me faz, já estou treinando aceitar as faltas. Feliz 25 de dezembro de 2013.!!!
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É isso aí Jô! Para a engrenagem da vida, esta busca diária por algo que completa é a” graxa ” que necessitamos para que ela ande, porém vai ficar sempre faltando o ” fluido ” que faz que nos sintamos sempre acompanhadas… É o imenso amor de Deus por nós através de Jesus! Este é o verdadeiro sentido do Natal…. Refletir e sentir que mesmo estando sozinhas estamos muito bem acompanhadas!!!! Bjs querida! Feliz Natal de Jesus pra vc e toda a sua família!
Bom dia! Tudo bem Jo?
Como sempre voce nos brindando com postagens inteligentes, que ‘falam’ conosco. E como se estivessemos batendo um papo com uma amiga muito especial.
Um grande abraco
Gostei muito Jô e concordo com você:”precisamos precisar”. É exatamente isso que precisamos aprender…
Bjs
Vania
Precisava muito ouvir isto hoje! thanks
Oi Jô, adorei o post! Muito oportuno, neste momento do ano de consumo desenfreado e ao mesmo tempo de uma enorme sensação de vazio, pelo menos é o que vejo no consultório…
E também a indicação dos filmes. Indiquei A Busca lá no Mulheres, fiz inclusive a análise psicológica do filme, se te interessar, acho que ainda está na página inicial, mais embaixo, ou então, vá direto na página Filmes.
Bjs e ótima semana
Super interessante ! Essa busca insana …
Suzana Cavalheiro Debes ARTEMISTA – Galeria Atelier e Escola de Artes
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Jô, isso ocorre porque nós ainda estamos em construção…
Beijo,
Manoel
É isso mesmo! Essa falta que nos move e é tão salutar, infelizmente é muito angustiante para crianças, cujos pais não permitem que elas esperem, que elas se frustem, que elas posterguem desejos. Amar também é saber frustrar! Bjs
Obs: ouvi você na Lumen hoje de manhã falando sobre a Freguesia do Livro. Adorei!
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