Um caso raro. Tirando os Valdisneis e Leididais que às vezes expressam um certo desacordo com seus nomes, não conheço outra pessoa que tenha problemas com como se chama.
Eu? Tenho. Nunca me identifiquei com o nome que me foi dado por meus pais. E tenho certeza que, a essa altura, já entrada na meia-idade, não me identificarei nunca. Não gosto, pronto. É um nome que não quer dizer absolutamente nada, morro de inveja dos que se traduzem com significados poéticos como rainha, a mensageira, digna de ser amada. Não resisti e fui olhar mais uma vez no Google, acreditando nos avanços das pesquisas. O resultado foi “a junção de José e Jane”. Estão brincando comigo, só pode ser.
A pergunta “Porque você me chamou Josiane?” persegue minha mãe desde o tempo em que eu nem falava português ainda e a seguia pela casa atormentando: “Warum? Warum?”. Um pouco porque pode ser a verdade, um pouco para se livrar do transtorno, a resposta padrão que recebia era que, durante minha gestação, ela estava lendo um livro no qual a linda (essa era para dourar a pílula) protagonista se chamava Josiane, nome com o qual fui agraciada. O titulo do livro? Nem rastro. Mas o mal estava feito.
Josiane já era bem ruim, mas Josi conseguia ser pior. Quando finalmente cheguei aos 15 anos de idade, troquei de escola, me senti adulta e a primeira providência foi trocar de apelido. Não era mais Josiane, Josi havia sido submetida a um enterro rápido. Ali nascia Jô.
Nunca encontrei quem me entendesse. Não existiam outras como eu pelas redondezas. De uns tempos para cá, porém, uma fonte de Josianes se abriu. Em um certo período, no pequeno prédio em que moro, havia eu, a minha ajudante doméstica, a ajudante do apartamento de baixo e a síndica. Praticamente uma invasão. Para essas xarás que vou encontrando, não resisto e lanço sempre a pergunta, acompanhada de um olhar compreensivo: “Odeio o meu nome. E você?”. Ainda não encontrei uma que concordasse.
Tive a sorte de casar com um homem que tinha um sobrenome forte e diferente. Não pensei duas vezes e o adotei imediatamente. Criou-se então uma distração, uma sonoridade interessante nessa união de palavras. Me tornei Jô Bibas, nome que as pessoas gostam de fazer rolar pela língua. Me acalmei. E amadureci em muitos aspectos: mais segura, mais tranqüila e determinada. Mas ainda assim, sempre que posso, pergunto à minha mãe: “Porque Josiane?!”.
Gosto muito de você, Jô Bibas! Não saberia chamá-la de outra forma. Se Josiane foi a origem, ponto prá Chrita!!!
Bjs.
CHRISTA!!!
AH! JÔ, VOCÊ É HILÁRIA! e EU QUE ACHO JOSIANE UM NOME LINDO!
MAS JÔ BIBAS REALMENTE É MUITO SONORO…
DE QUALQUER FORMA VOCÊ TORNA TUDO MUITO DIVERTIDO.
UM GRANDE ABRAÇO
VANIA
Jô, sabe, acho Josiane tão suave e feminino…
Jô Bibas é bonito também, soa bem forte.
Independente do nome que te agrade, o importante é que você é uma pessoa especial e querida.
Bjs
Oi Jô, pois posso lhe assegurar que você não é a única…meu nome, assim como o seu, também sempre me pareceu sem sal e açúcar, sem gosto, sem tempero. Mas, há sempre o mas, nunca tive coragem de me rebelar pois como explicava minha mãe, foi o nome que minha irmã escolheu, pois era o nome da melhor amiga de infância dela, e por isso, ai de mim se desgostasse, estaria magoando minha irmã… que remédio! Hoje depois de vários cortes e variações sobre o mesmo tema, assino Josi Stanger (compartilhando o sobrenome do marido que também dá uma sonoridade mais atraente) mas gosto muito do sobrenome de solteira, Anacleto, que deriva (segundo minha sobrinha) do grego, Anackletus (não recordo se é assim que se escreve, mas como vc diz, para dourar a pílula, fica o dito e o feito). No batismo recebi o nome JOSELIANE, enrolado de se pronunciar e sempre propenso a uma escrita errada, por conta da melhor amiga da minha mana, e pasmem, tenho uma prima com o mesmo nome, e uma amiga, que de Jôsi ELiane, Entrou na justiça para mudar e mudou, deixou igualzinho a meu!! inacreditável!! Sendo Joseliane Anacleto Stanger, invariavelmente percebo quando alguém o lê inteiro e depois olha e diz: Ah é a Josi! Que alívio, acabo por gostar dele assim, Josi, parece que tem a minha cara… e também gosto de Jo, como as amigas mais chegadas me chamam… Somente os professores me chamavam de Joseliane e geralmente quando a nota não era boa…
um beiJô
Josi
Sempre gostei de Jô Bibas e por algum motivo inconsciente eu achava que seu nome fosse Joyce.
Adoro meu nome, especialmente quando me lembro que me escapei de uma boa: eu quase fui chamada de Luciana Alexsandra. Da pra sentir o tamanho do estrago? Por isso, sou muito feliz com Luciana, Lu. Tao feliz que nem meu sobrenome eu mudei depois de me casar.
E que bom que vc conseguiu fazer as pazes com seu nome de alguma forma, Jô! Jô Bibas! 🙂
Beijos!
Que texto delicioso Jô. Eu entendo perfeitamente você, e acho que a adoção do sobrenome de seu marido ‘criou’ um nome perfeito, moderno, diferente – Jô Bibas, um nome que não é para qq uma.
ps.: adorei o desenho, muito lindinho 🙂
hahahahahha!, JôBibas você é ótima!
ps. mas que exagero, Josi e Jô são muito meigos!
E Celvia como nome proprio? De onde veio esse nome? Da heroína de uma radionovela, ela respondeu, talvez de uma sofredora com a qual ela se identificasse, penso eu. Fico pensando : não seria Sálvia ou Sérvia? Até hoje não acredito. Meu pai encarregado de fazer meu registro, em 52, não teve coragem e colocou Virgínia Celvia. Salva pelo gongo. Mas houve guerra em casa quando ela descobriu. Há uns 10 anos, passei a gostar e agora assino como se fosse sobrenome, mas é nome. Acho Josiane tão delicado. Jô Bibas é fashion, de alguém que tem desenvoltura, é forte e sabe o que quer. Realmente é mais forte, se posso falar assim. Muita gente não concorda com o próprio nome e faz sentido, o nome é uma expectativa e a personalidade da pessoa às vezes não tem nada a ver com ele.
Em 12 de dezembro de 2012 19:34, Arte Amiga
Jô,
Te entendo perfeitamente.
Meu nome era Aline até o dia do nascimento, quando a melhor amiga da minha mãe achou o nome muito comum (os filhos dela se chamam Carlos, Marcos e André) e sugeriu Tanara. Meus pais adoraram e assim ficou.
Não é o pior nome do mundo, mas sempre rola uma confusão no telefone e na hora de escrever. Sempre faço piada que é Tanara com N de naravilhosa de tanto que me chamam de Tamara.
Desde criança sempre quis ter um apelido, mas nada de legal pegou, cada um chama do jeito que quer. Só a minha mãe manteve a firmeza de sempre me chamar de mana, isso mesmo, nem pelo nome me chama hahaha.
Anos depois trabalhei com a amiga da minha mãe e perguntei sobre o meu nome, que também não significar nada além de vir de Tamara, adaptação de Tâmara, fruto da tamareira. Ela respondeu que achava o nome lindo e se desculpou pela interferência.
O fato é que esse nome é quase exclusividade, já que até hoje conheci apenas duas Tanaras.
E eu gosto de Jô, acho descolado.
Bjo
Entendo perfeitamente como se sente, o meu nome é Emília e sempre odiei chamar-me assim, pois na minha aldeia Emília eram as vellhinhas e ainda por cima uma era mázinha. As pessoas chamavam-me Milinha, os meus pais e irmãos Mili, quando terminei a escola primária que era lá na terra, fui para a escola do concelho e ai passei a ser a Mila, ainda havia uns rapazes parvos que me chamavam Mimi, mas eu apesar destas escolhas todas continuava a detestar o meu nome, a única coisa que me trazia algum alento era a Emília do Sitio do Pica Pau Amarelo, a boneca. Quando as minhas sobrinhas (trigémeas) começaram a falar ai passei a ser a tia Lili em vez de Mili, nessa altura eu gostei pois era diferente, aquelas três princesas lindas a chamarem-me tia Lili fazia sentia-me tão feliz pois era uma tia abençoada por 3 lindas sobrinhas, as primeiras sobrinhas e que eu tanto amo.
Na adolescência tinha tanta vergonha quando tinha que me apresentar a algum rapaz, pois achava que o nome iria estragar tudo e todos iam gozar. A minha mãe chegou a ir ao registo civil saber se podia mudar o meu nome, mas isso só poderia acontecer se eu tivesse a ter problemas com o nome por alguém ter o mesmo nome que eu, apesar de eu achar que o odiar já era uma forte razão isso não contava.
Hoje adulta com 38 anos fui-me habituando ao nome, e hoje penso Emília ok, sou única, mas ainda não gosto muito.
Quando foi a escolha dos nomes para os meus filhos foi um stress pois não queria nenhum nome antigo como Francisco, António, etc. e assim escolhi Diogo para o meu primeiro principe apesar do pai querer Ivo. Por volta dos 6 anos o Diogo viu um programa de televisão no qual uma personagem se chamava Ivo e disse-me que gostava imenso de se chamar Ivo e que não gostava nada de Diogo, ai caiu-me tudo e contei-lhe que o pai quis que ele se chamasse Ivo e eu Diogo e que o pai acabou por concordar, vi que o principe ficou aborrecido, quando fiquei grávida novamente o nome do bebé já estava escolhido pelo pai e pelo mano e eu ainda tentei dar a minha opinião mas pensei é melhor concordar não venha outro filhote reclamar e hoje tenho um lindo bebé Ivo com 13 meses.
Em relação ao seu nome Josiana soa-me bem, mas claro Emília também me soa e eu detesto, ao longo da vida fui aprendendo a dar valor a outras coisas e hoje estou “mais” conformada.
Bjs
Emília, Milinha, Mili, Mimi e Tia Lili
Jô,
não pude impedir um pequeno sorriso nos lábios quando li seu post, hj. Primeiro, porque me identifiquei. Segundo, porque assim q pude, adotei meu segundo nome, e assim ficou. Pelo primeiro, só me conhece quem pertence à minha infância e uns poucos por onde sou obrigada a preencher cadastros e ser chamada pelo primeiro nome. Ainda bem q eu tive um segundo nome bem mais interessante, nome da minha avó. Já a história do primeiro, num comentário em off, qualquer dia te conto.. rs! Vc não é a única!!
Beijokinhas,
Luiza Mallmann
decorarsustentavel.blogspot.com
Che importa se il nome e bello se tu non ti identifichi con questo nome.Dicono che il nome che ci danno traccia ns destino.Ma noi siamo esseri liberi e possiamo cambiarlo allora Jo Bibas tu hai saputo darti un destino come volevi.Come io nasco Beba,poi Despina poi Daisy che non mi piaceva ma era facile adesso sono Despina e mi suona giusto.Parabens
Você tem tudo de Jô. Penso que se tivesse outro nome não seria o que tu és hoje. Agora, coitada da tua mamis, persistente como és, ela devia escutar a mesma “ladainha” todos os dias..kkkkk
Quanto ao meu nome, sempre gostei, até porque veio da atriz Déborah Kerr
( penso que seja assim que se escreve)..
Mas ao descobrir a junção de Débora Regina, me apavorei, pois o significado é: ” Rainha das Abelhas”. Pensei será que vou “matar” todo Zangão que se aproximar de mim??? rsrsrsrsrs. enfim… Nasci para brilhar, essa era a inteção de minha mãe.
Dona Jô, pense no nosso caso…Emília Wanda casada com Renê Silvio…mas eu adooooooooro meu nome, que tem uma boa história ( fiquei triste pela Emília aí de cima) Se o nome é 50% do que a gente é, sem ele, você seria diferente, daí ,eu que não ia gostar…beijocas mil
Que fofo teu texto!!!! O mais importante e vc saber-se amada com qualquer nome minha amiga. Da minha parte vc esta garantida nesta e em outras vidas. Bjs
Jô, Adorei o texto e os comentários. Hoje tô de bem com o meu apelido, mas o meu nome me atormentou a vida inteira – “Cornelia”. Pode ser bem comum na Alemanha, mas aqui sempre achei horrível. Tem gente que me chama pelo meu segundo nome – “Elisabeth”, só que eu não atendo porque não me identifico. Tô de bem com Connie Panzeter. Mas Jô é vc, a tua cara. Beijinhos.
Jô, tenho uma ex-vizinha, mas que mora ainda aqui perto, de nome Josiane. Ela é bem mais jovem que eu, tem uns 42, eu a conheci quando ela era adolescente.
Ela nunca gostou do nome. Assina Jô como voce, e culpa a mãe pelos problemas psicológicos que tem kkkkkkkkk!
E não foi a junção de nome de pai com nome de mãe. E ela infelizmente não se casou com um Bibas (lindo sobrenome!).
Incrível essa coincidência. Não conheco mais nenhuma Josiane, mas confesso a voce, o nome não é feio (sem querer jogar confete).
Mas eu adoro Jô Bibas! voce tem razão, ficou lindo!
Adorei a postagem, um grande beijo.
Jô querida…que interessante este teu relato…realmente Jô fica mais forte e sonoro, e parecido contigo. Mas me levou a pensar sobre gostar ou não do nome…que forte isso! Amo o meu e alguns anos atrás recebi um apelido que carinhosamente as pessoas mais chegadas me chamam: Cadi…mas fico com pena de não ouvir o Cláudia! hoje a Renata estava aqui em casa e ainda falamos muitas coisas boas de ti…beijos e bom domingo!
Jô,
Nomes dão o que falar mesmo. Gosto do seu nome, tanto quanto do apelido.
O que não gosto no meu é de um dos sobrenomes, por isso só uso em último caso…
Tenho uma história familiar com relação a nomes. Meu pai se chamava Jesus, irmão gêmeo de Judas e Maria Madalena. Pois é, trigêmeos, que viveram quase 85 anos (meu pai chegou aos 85), carregando o peso de seus nomes, mas que eram conhecidos pelos nomes de batismo: Pedro e Paulo. Só Madalena foi mantido. A Igreja recusou-se a batizá-los pelos nomes civis, daí a mudança, mas isso foi há 88 anos!
Tenha um ótimo 2013!
A verdade é muito mais tenebrosa: que livro, que nada! Tratava-se de uma simples revista chamada Querida, única coisa que eu conseguia acomodar sobre minha imensa barriga. Muito jovem, será? Sem noção, pode ser? Vingança reprimida e mal direcionada contra meu próprio nome, com o qual só me conformei quando percebi que por aqui ele é raro (em Blumenau dá pra calçar ruas com ele).
Nunca , porém fui feliz com ele. Mas filha, tenho que dizer que também não me sinto a vontade te pedindo perdão pois nada intencional jamais foi feito. Só posso te dizer: faz como eu, get over ou muda em cartório. bjos.
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