Alguém aí escapou de saber que sou fonoaudióloga? Durante mais de 20 anos atendi crianças com dificuldades de fala e linguagem, concentrando meu trabalho na Síndrome de Down. Sempre acreditei e investi na inclusão de todas as crianças na rede regular de ensino e para dar suporte à inclusão de meus pacientes, eu ia muito à escola de cada um e conversava com suas professoras. O discurso delas começava sempre parecido: “Mas ele não sabe isso… Ele não consegue aquilo… Ele não gosta de…”. Aí eu fazia uma pergunta bem simples: “E você sabe do que ele gosta, o que ele consegue, o que ele entende? Você sabe no que ele é bom?”. No fim de nossas conversas, o foco da professora estava deslocado dos fracassos do aluno para o seu potencial. Para o que ele já sabia e que poderia ser aproveitado para ele aprender mais. Ela começava a ver o ponto forte da criança e a não ficar presa nas suas dificuldades.
Nós que aqui escrevemos e este texto lemos, podemos não ter nenhuma deficiência aparente. Mas ninguém é bom em tudo. E a boa notícia é que também ninguém é ruim em tudo. As inteligências múltiplas estão aí para comprovar que podemos ser craques em algumas coisas e um fiasco em outras (experimente colocar uma agulha e fio na minha mão e observe…). O lance é descobrir nossos pontos fortes e investir neles. Mudar o foco do “o que é bom para mim” para o “no que sou bom”. Com sorte, você vai encontrar algo que se encaixe nas duas categorias.
Algumas artesãs aqui são o retrato de pessoas que acharam seus pontos fortes e se expressam através deles.
Todo mundo tem talentos e qualidades.
Uma boa notícia para encerrar: mesmo que não esteja encontrando nenhum ponto forte se manifestando em neon dentro de você, lembre que a gente sempre pode aprender algo novo. Comece por algo que você simplesmente goste: comidas, pintura, fotografia, artesanato, dança, corrida, falar francês ou mandarim, jardinagem. Gosta mas acha que não sabe fazer? Vá aprender. Dê o primeiro passo.
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Belíssima abordagem, Jô! Talvez não saibas, às vezes até eu esqueço e acabo não comentando no blog, mas tenho deficìência motora de perna, sequela da polio da infância. Para os “sobreviventes” da doença, buscar nossos canais de eficiência parece ser a primeira missão, perseguida pela grande maioria. Superação que deve ser trabalhada com cuidado, para não cair no exagero. Então, entendo tão bem teu chamado para que se busque nossos pontos fortes, e é mesmo motivador saber que todos temos potenciais a serem desenvolvidos. Adorei saber que és fonoaudióloga. Confesso que nunca havia prestado maior atenção nessa profissão, mas agora, depois do AVC de minha mãe, tenho o maior respeito e admiração por esses profissionais. Os trabalhos da meninas são muito lindos, todos! Parabéns pra vocês! Beijo
Rosana, lindo comentário. Adorei o termo “canais de eficiência”. Vou usar! BJô
Jô querida! tuas postagens sempre são especiais, mas esta foi demais! super especial em todos os sentidos! Parabéns….
Adorei Jô! Seu trabalho é muito lindo, abordando dessa forma! Como é importante a aceitação da gente e do outro acerca das limitações. E como é importante ficar atento e ter o interesse e a vontade de conseguir fazer algo ou de fazer mais aquilo que temos facilidade. Aprender e reaprender. Quantas peças e artes bonitas, que bom alguém juntar tudo numa escrita tão gostosa! Sobre as ovas de tainha (bottargas) eu antes secava-as no sol (agora ele está de volta rsrssrs) mas gostei mais do resultado no sal… Experimente fazer uma vez, vc vai adorar! Boa semana! bjos
Edna, aceitação é fundamental mesmo. As dificuldades dos outros e as nossas próprias. Vou tentar a bottarga com sal, depois te conto.
Claudia, você é sempre um amor!
Fábio, sair da zona de conforto! Desequilbrar sempre!
Muito bom esse post! É tão importante as pessoas conhecerem o seu melhor e investir nisso! Qtas mulheres talentosas (acima mencionado) Fico muito feliz em ver… tantas mulheres excelentes! Bjs Helena
Viva Vigotsky…e o enfoque potencial.
Nesse sábado fui na exposição do Escher, os trabalhos em madeira me lembraram muito dele.
Amei Jo o seu texto,com certeza vce descobriu mais um ponto forte em sua vida…escrever.Deixo aqui meu testemunho do trabalho de inclusao nas escolas feito por vce,que alem de competente feito com extremo amor,dedicacao e com o essencial … crendo no potencial das criancas. Continuamos com nossa luta pela inclusao…vce faz muita falta neste combate.Bjos querida amiga. Karina ( mae da Carolina 15 anos -sindrome de down – ultimo ano do ensino fundamental em escola regular ).
Karina,
Tua mensagem me emocionou. Às vezes esqueço o quanto fazer parte do desenvolvimento das minhas crianças foi fundamental para mim!
Obrigada!
Com certeza, somos mais felizes quando descobrimos nossas habilidades e nos dedicamos a elas, não é? O problema, acredito, é dedicar tempo para descobri-lás em primeiro lugar… Você tem razão, é preciso focar no que realmente importa!
Simplismente encantada! Preciso me descobrir.
Pra mim, seu post veio como um puxão de orelha…há tempos preciso mudar o foco.
Mais um post belíssimo e inspirador!
Beijos
Que belissimos trabalhos. Simplesmente únicos e encantadores! Adoro este blog 🙂
Beijinhos artísticos 🙂
Atitude Zen
Querida Jô!
Sabe que de uns tempos para cá ando pensando muito nisso? Antigamente eu passava dias me atormentando sobre as coisas que eu deveria fazer e não conseguia realizar com bom êxito… Agora tenho tentado focar mais nas possibilidades do que nos desacertos. Posso dizer que ainda estou caminhando neste processo e tenho vislumbrado muitas coisa boas pela frente… Acho que o importante é tentar descobrir novos caminhos e não ter medo de ser feliz!
Fiquei deslumbrada com as belas imagens desses maravilhosos trabalhos… Parabéns para essas artistas encantadoras e suas mãos de fadas!
Beijo pra ti e pra elas também!!!!
Teresa
(“Se essa lua fosse minha”)
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